Infertilidade: Entenda o que é, os tipos e quando procurar ajuda
Ter filhos é um sonho comum a muitos casais. No entanto, para algumas pessoas, essa realização pode se transformar em um desafio maior do que se esperava, devido à infertilidade.
Esta é uma condição que afeta uma em cada seis pessoas no mundo e, apesar de ser relativamente comum, ainda está cercada de dúvidas, tabus e preconceitos.
Então, se você está tentando engravidar há algum tempo e ainda não conseguiu, este artigo pode esclarecer muitas das suas dúvidas e, principalmente, mostrar que há caminhos possíveis e tratamentos eficazes. A infertilidade tem solução na maioria dos casos e o primeiro passo é buscar informação confiável e orientação médica.
O que é infertilidade?
Antigamente, a “culpa” da infertilidade com frequência caía sobre a mulher. No entanto, com os avanços da medicina, descobriu-se que boa parte das causas do problema envolvem o sistema reprodutor masculino.
Assim, consideramos um casal infértil quando há dificuldade em engravidar após um ano de tentativas regulares e sem o uso de métodos contraceptivos. Esse período é reduzido para seis meses em em casos de mulheres com mais de 35 anos, pois a fertilidade feminina tende a diminuir com a idade.
É importante destacar que infertilidade não significa esterilidade. Ou seja, não é sinônimo de impossibilidade total de engravidar.
Na maioria dos casos, a infertilidade está associada a causas tratáveis, e quanto mais cedo for identificada, maiores são as chances de sucesso nos tratamentos.
Tipos de infertilidade
A infertilidade pode ser classificada de diferentes maneiras, dependendo do histórico do casal e da causa do problema:
1. Infertilidade primária
É quando o casal nunca conseguiu engravidar, mesmo tendo relações sexuais frequentes e sem proteção por pelo menos um ano.
Esse é o tipo mais comum de infertilidade investigada em consultórios médicos.
2. Infertilidade secundária
Ocorre quando o casal já teve uma ou mais gestações anteriores, mas agora está com dificuldades para engravidar novamente.
Pode acontecer após um parto, aborto ou mesmo com um novo parceiro.
3. Infertilidade feminina
Quando a dificuldade de engravidar está relacionada a fatores do sistema reprodutor da mulher. Algumas das principais causas incluem:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
- Endometriose
- Alterações hormonais
- Problemas na ovulação
- Obstrução nas trompas
- Miomas uterinos
- Idade avançada
- Tabagismo, consumo excessivo de álcool e obesidade
4. Infertilidade masculina
Muitas pessoas ainda pensam que a infertilidade é, em sua maioria, um “problema feminino”, mas isso não é verdade.
Na verdade, entre 35 e 45% dos casos de infertilidade têm causa masculina. Alguns fatores comuns incluem:
- Baixa contagem de espermatozoides
- Alterações na mobilidade ou forma dos espermatozoides
- Varicocele (dilatação das veias nos testículos)
- Infecções ou inflamações
- Desequilíbrios hormonais
E, da mesma forma que ocorre com mulheres, o tabagismo, consumo excessivo de álcool e obesidade também afetam a fertilidade masculina.
5. Infertilidade sem causa aparente (ISCA)
Em alguns casos, mesmo após a investigação completa, nenhuma causa evidente é identificada. Isso é chamado de infertilidade sem causa aparente.
Mas, mesmo nesses casos, é possível chegar a uma gravidez saudável com técnicas de reprodução assistida.
Quando procurar ajuda?
O ideal é que o casal procure um médico especialista em saúde da família, que poderá fazer uma avaliação global do problema e identificar as causas.
Caso seja necessário, o profissional poderá encaminhar a paciente para um especialista em reprodução humana ou ginecologista com experiência em infertilidade após o período de tentativas sem sucesso. Quanto antes a investigação começar, mais rápido será possível encontrar a causa do problema e indicar o tratamento mais adequado.
A avaliação inicial geralmente inclui:
- Entrevista clínica detalhada
- Exames hormonais e de imagem para a mulher
- Espermograma para o homem
- Avaliação do histórico familiar, hábitos de vida e fatores emocionais
Em muitos casos, simples ajustes no estilo de vida ou tratamentos medicamentosos já aumentam significativamente as chances de gravidez. Em outros, pode ser necessário recorrer a técnicas de reprodução assistida, como inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV).
Infertilidade tem tratamento
Com os avanços da medicina, a infertilidade deixou de ser uma barreira definitiva para muitos casais. Hoje existem diversas abordagens para auxiliar na concepção, desde as mais simples até as mais complexas:
- Tratamento de causas como obesidade, tabagismo e uso de substâncias
- Indução da ovulação com medicamentos
- Inseminação intrauterina (IIU), quando sêmen é colocado dentro do útero durante o período fértil
- Fertilização in vitro (FIV), um procedimento no qual a fertilização é realizada em laboratório e o embrião é então transferido para o útero
- Preservação da fertilidade, como o congelamento de óvulos ou sêmen
- Cirurgias para correção de alterações uterinas ou testiculares
Entretanto, é preciso ressaltar que o tratamento ideal depende da idade do casal, do tempo de infertilidade, do diagnóstico específico e das condições de saúde de ambos.
Acolhimento e apoio fazem a diferença
A infertilidade não afeta apenas o corpo, ela impacta o emocional, o relacionamento e até a autoestima do casal. É muito comum que pacientes se sintam frustrados, ansiosos ou sobrecarregados.
Por isso, procurar um profissional que escute, acolha e oriente com empatia é fundamental.
O cuidado deve ser integral: físico, emocional e humano. A jornada pode ter desafios, mas não precisa ser enfrentada sozinha.